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Saúde urológica da mulher transgênero: cuidados essenciais

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    Cordoval Digital
  • há 1 dia
  • 7 min de leitura
Saúde urológica da mulher transgênero: cuidados essenciais

Saiba como prevenir doenças após a mudança de sexo


A saúde urológica da mulher transgênero é um tema que merece atenção especializada e abordagem multidisciplinar, ainda que tenha sido feita uma cirurgia de mudança de gênero masculino para feminino.


Eu sou o Dr. Matheus Gröner e, como Urologista especializado em saúde da população LGBTQIA+, acompanho os desafios enfrentados por pacientes trans nas fases da mudança de sexo, desde o início da terapia hormonal até o pós-operatório da cirurgia de redesignação sexual, quando é o caso.


Ainda existem muitos tabus sociais que, muitas vezes, atrapalham as mulheres trans na busca por atendimento e informações sobre saúde urológica. 


Por isso, neste artigo, explico os principais cuidados urológicos que envolvem a jornada de quem realizou a mudança de sexo, com foco em prevenção, bem-estar e qualidade de vida.


Falarei sobre as especificidades médicas que envolvem os corpos de mulheres trans, os impactos da terapia hormonal e da cirurgia de redesignação sexual e também da importância da consulta com um Urologista.



Saúde urológica da mulher transgênero e suas especificidades


A saúde da mulher transgênero envolve uma série de cuidados específicos que vão além da transição hormonal e da cirurgia de mudança de gênero masculino para feminino.


Aspectos como o funcionamento do trato urinário, a anatomia genital (com ou sem cirurgia de redesignação sexual) e os efeitos da terapia hormonal exigem atenção contínua e acompanhamento por profissionais capacitados.


Do ponto de vista urológico, é fundamental compreender que cada etapa da mudança de sexo, seja ela social, hormonal ou por meio da cirurgia transgênero, pode impactar diretamente a função urinária, a saúde sexual e o bem-estar geral.


Por isso, o acompanhamento com um Urologista que compreenda as particularidades da população trans é essencial para garantir qualidade de vida, prevenir complicações e promover um cuidado verdadeiramente integral.


A seguir, abordamos dois cenários que podem se apresentar nesse processo: os efeitos da utilização de hormônios no trato urinário e as mudanças decorrentes da cirurgia de redesignação sexual.


Terapia hormonal e seus efeitos no trato urinário


A terapia hormonal é hoje muito buscada por mulheres trans em processo de mudança de sexo. O uso de estrogênio e bloqueadores de testosterona promove transformações consideráveis no corpo, e essa utilização também pode impactar o trato urinário. 


Entre os efeitos mais comuns, observa-se:


  • Modificações na musculatura do assoalho pélvico.


  • Mudanças na frequência urinária e na sensibilidade da bexiga.


Além das alterações mencionadas na mudança de sexo, a terapia pode provocar transformações significativas na anatomia e fisiologia do trato urinário inferior, mesmo sem a realização da cirurgia de mudança de gênero masculino para feminino.


Outro ponto importante é que a diminuição da testosterona pode causar atrofia da mucosa uretral, tornando a uretra mais suscetível a irritações e infecções. Isso pode se manifestar como ardência ao urinar, urgência miccional ou sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.


Na mulher transgênero que mantém o pênis, o uso prolongado de estrogênio e bloqueadores de testosterona pode levar à redução da próstata e alterar o padrão de micção e a força do jato urinário. Essa redução prostática na mudança de sexo pode influenciar a função sexual e a sensibilidade perineal.


Por isso, o acompanhamento médico regular é indispensável. Avaliações clínicas e exames laboratoriais ajudam a ajustar a terapia hormonal para uma mudança de sexo mais segura e eficaz.



Cirurgia de redesignação sexual: o que muda na saúde Urológica


A cirurgia de redesignação sexual, também chamada de cirurgia de mudança de gênero masculino para feminino ou neovaginoplastia, é um procedimento complexo de mudança de sexo que transforma a anatomia genital da mulher trans, criando uma neovagina funcional.


Após essa a cirurgia de redesignação sexual, é comum que a paciente precise de acompanhamento urológico para:


  • Monitorar a função urinária e prevenir retenção ou incontinência.

  • Avaliar a cicatrização da neovagina e possíveis estenoses.

  • Prevenir infecções urinárias recorrentes, como cistites.

  • Orientar sobre dilatação vaginal e higiene íntima após a mudança de sexo.


Vale ressaltar que pacientes que passaram pela cirurgia de mudança de gênero masculino para feminino podem ter a anatomia da uretra modificada pelo procedimento, o que exige atenção especial para evitar complicações como estenose uretral, fístulas ou retenção urinária.


A lubrificação da neovagina, por sua vez, depende da resposta ao estrogênio e pode variar de acordo com o tipo de tecido utilizado na reconstrução (pele peniana, cólon ou tecido escrotal).


No processo de mudança de sexo, é importante lembrar que a cirurgia de redesignação sexual não remove a próstata, pois isso poderia causar complicações urinárias, como incontinência. 


Mulheres trans que realizaram a cirurgia de mudança de gênero masculino para feminino ainda estão, portanto, suscetíveis a desenvolver câncer de próstata. No entanto, o risco desse quadro clínico é reduzido devido à terapia hormonal.


Por isso, o acompanhamento com um Urologista é essencial para avaliar a função da próstata e da uretra - mesmo após a cirurgia de redesignação de gênero - e também para ajustar a dosagem hormonal conforme os efeitos observados.


Esses cuidados são fundamentais para garantir conforto, segurança e saúde da mulher transgênero a longo prazo, evitando complicações após a cirurgia de mudança de gênero masculino para feminino. 



Quando procurar um Urologista?


O ideal é que a mulher transgênero procure um Urologista:


  • Antes de iniciar a terapia hormonal.

  • Durante o processo de mudança de sexo.

  • Após a cirurgia de redesignação sexual.

  • Sempre que houver sintomas urinários, como dor, ardência ou alterações na frequência.


Vale lembrar que mesmo mulheres trans que não são adeptas ao processo de utilização de hormônios ou que não pensam em realizar a cirurgia de redesignação sexual, também devem passar por avaliação urológica para check up e prevenção. 


O acompanhamento contínuo é, portanto, essencial para manter a saúde e o bem-estar.


Atendimento humanizado: o cuidado a favor da saúde das mulheres trans


Infelizmente, sabemos que muitas mulheres trans enfrentam barreiras no acesso à saúde, como preconceito e falta de preparo dos profissionais. Mas há clínicas que oferecem atendimento humanizado, com escuta ativa, empatia e protocolos pensados a partir da realidade da população LGBT no Brasil.


Nosso objetivo é oferecer um ambiente seguro e acolhedor, preparado para atender às demandas específicas de cada paciente. O atendimento às mulheres trans é feito com sensibilidade e conhecimento técnico, respeitando as especificidades da mulher transgênero


Esse cuidado se reflete tanto no atendimento de mulheres que passaram pela cirurgia de mudança de gênero masculino para feminino quanto para as que não se submeteram ao procedimento, visto que o foco também é a validação da identidade sexual de cada paciente.


Principais exames e acompanhamentos recomendados


O acompanhamento urológico das mulheres trans deve incluir:


  • Urocultura e exames de urina para rastrear infecções.

  • Ultrassonografia do trato urinário.

  • Avaliação da função renal.

  • Exames hormonais periódicos.

  • Orientações sobre práticas sexuais seguras.


Esses exames ajudam a prevenir complicações e garantem que a saúde urológica esteja em dia, considerando se houve cirurgia de mudança de gênero masculino para feminino ou não.



Atendimento sem tabus para a saúde da população LGBTQIA+


A saúde urológica da mulher transgênero exige atenção especializada, respeito à identidade de gênero e abordagem multidisciplinar. Como Urologista, meu compromisso é oferecer um atendimento técnico e humano, que contribua para a qualidade de vida das pacientes.


Pacientes que realizaram a cirurgia de mudança de gênero masculino para feminino devem ser atendidas por profissionais capacitados não só profissionalmente, mas também eticamente.


Aqui no Instituto Medicina em Foco (MEF), atuamos com responsabilidade e comprometimento com a saúde da população LGBTQIA+, em um ambiente seguro e livre de julgamentos. Pela MEF, você pode agendar sua consulta presencial ou online e tirar suas dúvidas.


Se você está em busca de acompanhamento urológico especializado, tendo ou não realizado a cirurgia de redesignação sexual, entre em contato com o Instituto Medicina em Foco.



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Conteúdo atualizado em 2025.


Matheus Ferreira Gröner I Urologia I CRM-SP 153016 I RQE 78587


FAQ - Dúvidas frequentes sobre a saúde urológica da mulher transgênero


1. Como funciona a cirurgia de mudança de gênero masculino para feminino e quais profissionais participam do processo?


A cirurgia de redesignação sexual em mulheres transgênero inclui a neovaginoplastia, realizada por equipe multidisciplinar com cirurgião plástico, Urologista, endocrinologista e psicólogo.


2. O que é a neovaginoplastia e quais cuidados pós-operatórios são orientados pelo Urologista?


É a criação de uma vagina funcional. Os cuidados incluem dilatação, higiene, prevenção de estenose e infecções.


3. Quais são os principais cuidados urológicos necessários após a cirurgia de redesignação sexual em mulheres transgênero?


Manutenção da dilatação vaginal, prevenção de infecções urinárias, acompanhamento da cicatrização e exames regulares com Urologista.


4. Qual é o papel do Urologista em São Paulo no acompanhamento de pacientes trans que passaram por cirurgia de redesignação sexual?


Avaliar a função urinária, orientar sobre saúde sexual e realizar exames de rotina.


5. A terapia hormonal influencia na saúde urinária e sexual da mulher transgênero?


Sim. Pode alterar a lubrificação, a sensibilidade da bexiga e o tônus muscular do assoalho pélvico.


6. Como prevenir complicações após a cirurgia de afirmação de gênero e manter a saúde urológica em dia?


Com acompanhamento médico, higiene adequada, dilatação regular, exames e consultas periódicas.


7. Quais são os desafios no cuidado à saúde da população LGBT e como superá-los?


Os maiores desafios são preconceito, falta de preparo dos profissionais e invisibilidade. Essas situações, no entanto, não se repetem com especialistas que praticam o atendimento humanizado, com empatia, capacitação e protocolos específicos.


8. Mulheres trans precisam continuar fazendo acompanhamento urológico mesmo após a mudança de sexo?


Sim. A saúde urológica exige atenção contínua, mesmo após a cirurgia.


9. Quais exames de rotina o Urologista recomenda para a mulher transgênero em terapia hormonal contínua?


Urocultura, ultrassonografia, exames hormonais e avaliação da função renal.


10. Onde encontrar um Urologista em São Paulo com experiência em saúde da população LGBTQIA+ e cirurgia de redesignação de gênero?


No Instituto Medicina em Foco, com o Dr. Matheus Gröner, especialista em Urologia e Reprodução Humana.

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